Diário da Reabilitação - um resumo

Tem um arquivo aberto no meu desktop chamado Resumo da Lesão e ele está ali todos os dias me lembrando dos fatos concretos que me trouxeram até aqui.

E hoje Thomioka me lembrou de atualizar o Diário.

Mas vamos começar pelo começo, pois me dei conta que chega sempre alguém novo aqui que não está entendendo muita coisa.

Vamos lá: 

Eu tive um entorse no começo de junho de 2019 e logo depois descobrimos que foi mais grave e havia rompimento de 3 ligamentos do tornozelo. Antes disso, eu já vinha tratando um estiramento que me deu um trabalhão em 2018. Mas com fisio e amor, dancei um Don Quixote assim mesmo, com pliés capengas, mas sem gravidade.

Porém acabei dando mais atenção para uma dor no ísquio e o tornozelo ficou secundário. Até o dia em que eu caí, fazendo praticamente nada (dou detalhes disso depois) e ouvi um creck na hora.

Depois de muitas idas e vindas, consegui operar no dia 15 de julho com um ortopedista esportivo que vem me acompanhando.

Fiquei 10 dias sem poder pisar e no dia 13 de agosto retirei os pontos. Foi um período difícil, em que tive que exercitar muito mais meu lado artístico sem dançar, até começar a fisioterapia. 

Porém, fiquei mais um tempão de Robofoot por segurança e nisso já era setembro quando comecei a sentir que a reabilitação não ia ser assim tão fácil. Além de musculatura, eu senti que havia perdido um dos movimentos mais importantes na vida de uma bailarina: esticar o pé. 

Para mim, que sempre tive uma linha de pé bonita (depois de ter pé chato, que fique registrado), era não me reconhecer mais e sentir muita assimetria. Mas fora a parte estética, ainda havia a parte funcional para a dança. Eu não conseguia subir na meia ponta, na ponta, nem ficar em cima da perna direita. Era como se somente aquele membro do meu corpo nunca tivesse feito ballet enquanto todo o resto me implorava para dançar.

Desespero! E mais uma vez, muita paciência e confiança no fisioterapeuta e no médico. Um me fazendo voltar na marra, esticando meu pé por mim mesma, e o outro avaliando uma nova realidade: uma cicatriz enorme, com excesso de colágeno e que aderiu completamente aos tecidos operados restringindo os movimentos que eu tanto precisava.

Conclusão: precisaria de uma nova cirurgia para remover o tecido ruim e adotar uma nova técnica de sutura para evitar o que sabemos que é uma característica minha, de fazer fibrose demais.

Conto tudo no próximo post.

Beijo, beijo

Depois da segunda cirurgia, voltando a ganhar amplitude.