Barra a terre

O ballet é uma arte atlética que vai dando ao bailarino inúmeras oportunidades de passos e combinações entre eles. Mas eu gosto mesmo é de detalhar o movimento. Acho que mais importante do que saber girar 32 fouettés é fazer uma pirueta bem feita, limpa. Daquelas que você vê o pé saindo da quinta posição, passando pela meia-ponta, subindo em um retiré perfeito, braços e cabeça alinhados.

Bem, uma das maneiras que aprendi e que encontrei em mim mesma de melhorar cada passo foi com as aulas de Barra a Terre.

Essa técnica, que aprendi com a professora Miti, utiliza o próprio peso do corpo para o desenvolvimento da força e resistência muscular. Nela você executa os mesmos passos da barra, só que no chão, com as costas apoiadas, e com isso consegue jogar a atenção apenas naquilo que está trabalhando: glúteos, abdominais e pernas.

Costumo dizer que é uma musculação, pois dá para sentir de verdade o trabalho muscular. E depois de cada aula minhas alunas mostram na barra mesmo e no centro o quanto valeu a pena. Aprender o caminho do movimento faz toda a diferença!

Bem, lembrando disso, publico aqui uma matéria da Folha de S. Paulo que foi feita na época em que eu era da Cia de Dança da BioRitmo, sob a direção de Fernanda Chamma (a mesma que está sempre no júri técnico da Dança dos Famosos do Faustão). E tenho uma história engraçada para contar...

Quando avisaram que a Folha ia fazer uma matéria com a gente, ficamos empolgadas! A gente que dança é aparecida por natureza. Gosta mesmo de sair em fotos, ainda mais se for fazendo o que gosta. Então foi um tal de botar o pé na cabeça, de fazer as aberturas mais lindas que existem, no melhor estilo Cirque du Soleil. Tudo pra sair bem na foto. Percebi, de cara, que o fotógrafo gostou de mim. Eu tenho a perna em xis e sei fazer uso dela para mostrar as minhas melhores linhas de bailarina.

À noite, depois do trabalho, liguei para toda a família dizendo que era muito possível que eu saísse na Folha de São Paulo no dia seguinte. Bom, o dia seguinte demorou para aparecer. Mas quando veio trouxe consigo a surpresa. Ali, no caderno de esportes, EU fui a queridinha do maldito fotógrafo que me colocou em primeiro plano, com a cara enfiada no meio das pernas, pra não dizer coisa mais indecente. Ninguém sabia se aquilo era um caramujo, um frango assado ou um polvo.

O pior é que as pessoas perguntavam como saber se era eu mesma e, pela primeira vez na vida, tive vontade de dizer que não era. Mas me reconheceram por um anel que eu usava e foi a única coisa visível na confusão de pernas e bunda.


Podem acreditar. Isso aí sou eu.

Comentários

Unknown disse…
Bem que você falou....hehehe!
Está engraçada a foto!
bjos, até agosto!
Ana Paula.

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