Balé para maiores
A dança entre adultos virou moda nas academias e reúne iniciantes apaixonadas pelas sapatilhas
ELISA MARTINS - Site Revista Época
Fabiano Accorsi/ÉPOCA |
![]() |
EXIGÊNCIA As aulas para a turma madura respeitam os limites de faixa etária |
Sai a música bate-estaca das academias de ginástica, entram as composições de Mozart, Beethoven e Bach. A combinação de clássicos e dança é a escolha da vez de adultos que encontraram no balé a fórmula perfeita para fazer bem ao corpo e ao espírito. São iniciantes que nunca fizeram aula ou praticaram apenas quando crianças. Nem de longe pensam em se profissionalizar. Dançam por puro prazer, sem se preocupar se a idade de usar sapatilhas já passou. ''A aula me dá energia, quando acaba parece que tenho 13 anos de novo'', conta a dona de casa Margot Nunes, de 62 anos, que fez balé quando menina. Depois que se casou, aos 21, ela deixou de treinar plié e pas-de-deux. Hoje, conta com orgulho que já fez aula com uma filha e a neta.
A moda tem se espalhado por vários espaços de dança e conquistou famosas. Apesar de já terem passado dos 30 anos, a cantora Fernanda Abreu e as atrizes Vera Holtz e Leticia Spiller são alunas assíduas. A dinâmica da aula é basicamente a mesma da ensinada à garotada. ''Fazemos aquecimento no chão, seguido de exercícios tradicionais na barra e movimentos no centro da sala'', explica Priscilla Teixeira, dona do Tex Studio de Dança. A diferença está na exigência. Afinal, a faixa etária dos alunos chega a ultrapassar os 60 anos. ''Não se cobra técnica apurada. Cada um vai no limite de seu corpo'', conta Priscilla. Professor há 30 anos, Jean Dubrul, da Patricia Sauer Arte & Dança, faz coro. ''Não é para ser sacrifício, mas prazer.''
CORPO EM FORMA Fazer balé depois dos 30 anos tem muitas vantagens |
|
E que ninguém pense que é puro revival dos tempos de balé na infância. Dançar dá trabalho. Entre tantos rodopios, dobrar joelho e ficar na ponta do pé, queimam-se calorias e a musculatura de pernas e braços se fortalece. Melhor: não há stress que resista aos encantos da música clássica. A lista de benefícios é grande. ''O balé melhora a postura, trabalha a concentração, a flexibilidade e a auto-estima'', enumera a professora Martha Lúcia Nogueira, da academia Arte em Movimento, no Rio de Janeiro.
Haja memória para tantas coreografias. ''O mais difícil é decorar as seqüências e sincronizar braços, pernas e cabeça'', diz a artista plástica Julieta Cavalcanti, de 38 anos. O ator Fábio Nascimento, de 27 anos, trocou seis anos de jiu-jítsu pelo balé há dois meses. ''Tinha certo preconceito, mas as aulas me deixaram mais à vontade no teatro.'' O único porém é saber de cor os nomes dos movimentos, todos em francês. Para não perder um só passo, Fábio comprou um dicionário.
Comentários
Onde posso encontrá-la para conhecer seu trabalho?
Tenho 51 anos, já fui bailarina e gostaria muito de retomar o prazer de fazer aula de ballet clássico.........
Parabens pelo trabalho. bjos
Beijo e obrigada pela visita!